top of page
Uma casa do centro histórico de Olinda foi pintada com um grafite que representa o rosto de um caboclo de lança do Maracatu de Baque Solto. O homem do desenho usa bigode. Tem uma flor branca na boca e um lenço sobre a cabeça, amarrado por baixo do queixo. Ele também usa óculos escuros e as lentes dos óculos coincidem com os vãos das janelas da casa.

FREVO NO

CARNAVAL DE OLINDA

NUM MINUTO

NUM MINUTO

SINTA-SE LÁ

Uma cidade histórica, calma e pacata, com cerca de 300 mil habitantes. Casas coloridas. Arte de rua. Artesanato. Uma impressionante concentração de artistas. Assim é Olinda.

Até que chega o Carnaval.

Um dia antes da folia começar, a cidade está em compasso de espera. As ruas povoadas por alguns poucos foliões que anteciparam sua chegada e alguns poucos moradores que ainda não partiram. As casas, as ruas, os bares reverberam um último lampejo de tranquilidade enquanto aguardam o mar de gente que logo vai invadir a cidade.

Amanhã, mais de 2 milhões de foliões vão transformar a paisagem vazia. 2 milhões de pessoas cantando, dançando, bebendo cerveja pra refrescar e pra se embriagar, beijando e abraçando amigos e desconhecidos. Um mar de euforia. O ambiente perfeito para o frevo ferver!

Depois dos 5 dias de festa vai todo mundo embora. Olinda volta a ser Olinda.

PREFACIO
FOTOS

FOTOS

Acessório típico do Frevo: guarda-chuvas coloridos, com as cores da bandeira do Estado de Pernambuco.

ORIGEM

O delicioso frevo do Carnaval de Olinda

Bailes de máscaras foram criados na França, no século XVII e rapidamente ficaram populares em outros países europeus. Durante o Renascimento, as festas carnavalescas atingiram uma grande popularidade, principalmente na Itália (em Roma e Veneza). O carnaval chegou ao Brasil a partir das festas que ocorriam na Europa. As fantasias de pierrô e de colombina foram logo incorporadas ao carnaval brasileiro.

 

Em 1845, aconteceu no Recife o primeiro baile de máscaras à moda veneziana, no bairro da Madalena. Devido ao grande sucesso, o baile se expandiu no ano seguinte, quando o carnaval campestre foi realizado no bairro do Cajueiro. Em 1847, o Carnval ganhou os Teatros e foi realizado no Teatro Apolo e no Teatro de Santa Isabel.

 

Estes bailes, realizados pela elite, ao som de polcas e mazurcas, eram chamados de Mascaradas.

 

Em paralelo, nas ruas da cidade, especialmente na região portuária do Recife, integrantes das Companhias de Carregadores de Açúcar e das Companhias de Carregadores de Mercadorias (sobretudo negros) juntavam-se para festejar nas ruas, ao som de marchas e músicas improvisadas, brincando e soltando fogos.

À medida que as Mascaradas (da elite) vão deixando os salões e ganhando as ruas, elas passaram a se confrontar com as brincadeiras das classes populares e, a partir de 1862, tem início o processo de organização dos grupos de rua.

Surgem então os primeiros clubes de frevo do Recife; o Clube dos Symphaticos, o Mimo de Amor e a Sociedade Musical Arte e União, fundados em 1886 e, em 1888, o Clube das Pás, fundado por um grupo de carvoeiros e estivadores trabalhadores do cais do porto da cidade (provavelmente o clube mais antigo ainda em atividade).

Ao contrário dos clubes de alegorias e críticas (fundados por comerciantes, empregadores, e outros membros da elite recifense), os clubes pedestres desenvolveram um modo próprio de comemorar os dias de folga. No lugar de carros e alegorias luxuosas, o povo saia a pé e desenvolveu seus próprios cânticos e manobras. Eles também substituíram as músicas de salão pelas marchas vibrantes das bandas das corporações militares e policiais (responsáveis pela animação das festas cívicas e procissões nessa época).

Os repertórios das corporações militares e policiais incluíam diversos gêneros, como marchas, dobrados, hinos, maxixes, quadrilhas e polcas, além do repertório erudito. E foi justamente dessa grande mistura de gêneros, que veio a surgir aos poucos a sonoridade frenética, empolgante, rápida e vigorosa do frevo.

No frevo, não há como separar dança e música. Não se sabe se a dança foi se adaptando à música, se a música se acelerou em função dos movimentos, ou se ambas as coisas ocorreram simultaneamente.

A palavra frevo surge como uma corruptela do verbo ferver (“frever”), isso porque o frevo é uma dança frenética, de ritmo muito acelerado.

Uma das suas características mais marcantes é a utilização de sombrinhas coloridas, objeto que assume um papel importante na dança. Sua origem provavelmente está ligada aos elementos de trabalho dos primeiros clubes carnavalescos que saíram às ruas: brochas, varas e pincéis para os Caiadores, vassouras, para os Vassourinhas, machados para os Lenhadores, etc.

Como os adereços de mão são instrumentos que facilmente se transformavam em armas, eles logo foram reprimidos. Ainda assim, os pesquisadores especulam que a origem do guarda-chuva está relacionada a essa situação. E que ele ainda poderia ser visto como sendo de arma, pois era um instrumento perfurante que servia tanto para defesa como para o ataque.  Os guarda-chuvas, portanto, teriam substituído os instrumentos de trabalho originais e passaram a caracterizar o passista do frevo.

ORIGEM

VEM DANÇAR

Aula de frevo com

Nelson Araujo e Camila Penteado

VEM DANÇAR
APROFUNDANDO
ONDE FICA

ONDE FICA?

Olinda (PE)

bottom of page