SINTA-SE LÁ
No final do século XIX, no interior rural sergipano, quem avistava figuras exóticas rodopiando pelos campos no meio da noite, mantinha distância, com medo de assombrações.
Com a abolição da escravidão no Brasil, as ruas da pequena cidade de Lagarto foram tomadas por essas figuras até então misteriosas: não eram assombrações, mas trabalhadores escravizados que tinham fugido do domínio de seus patrões.
Nessa nova fase de suas vidas, em que não precisavam mais ficar escondidos nos quilombos da região, saíam durante o dia para celebrar. Usavam ainda as túnicas brancas esvoaçantes que esconderam suas identidades durante a fuga.
Descobriu-se então que as supostas assombrações eram homens cobertos com anáguas das sinhazinhas (que tinham sido deixadas para quarar). Eles dançavam à noite pelos campos dando giros que faziam os tecidos de renda francesa esvoaçar pelos ares.
O ritual de fuga transformou-se então numa animada dança que vem sendo passada de pai pra filho há mais de 100 anos.
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Entrevista com Maria Ione do Nascimento
Coordenadora dos Parafusos