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De onde vem a fita do Senhor do Bonfim?

Andrea Goldschmidt
milhares de fitas do Senhor do Bonfim amarradas no gradil da Igreja

A fita do Senhor do Bonfim foi criada pelo Senhor Manuel Antônio da Silva Servo em, 1809.


Ela era conhecida como “medida do Bonfim” porque tinha que ter exatamente 47 centímetros – o comprimento do braço direito da imagem do Senhor do Bonfim que fica no Altar Mor da Basílica, em Salvador.


Naquela época a fitinha era feita de algodão ou de seda, bordada à mão, às vezes até com fios de ouro. Ela era usada como marcador de livros ou pendurada no pescoço, como um colar, no qual eram pendurados medalhas e santinhos que representavam a graça alcançada com a ajuda do Santo.


Funcionava como um pagamento de uma promessa ou uma demonstração pública da graça recebida.


A “medida” desapareceu no início da década de 1940. Na década de 1950, elas passaram a ser vendidas como souvenir, produzidas em larga escala, de nylon para baratear o custo e não necessariamente naquele tamanho original.


Fiél amarra fitinha do Nosso Senhor do Bonfim no gradil da Igreja

Foi nessa época que surgiu a tradição dos 3 pedidos: você devia ganhar (e não comprar) a fitinha, dar duas voltas com ela no punho ou no tornozelo e, em seguida, dar 3 nós bem apertados para ela não soltar.


Pra cada nó, um pedido.


Depois é só usar a fitinha até ela arrebentar.Essa é a data em que os seus pedidos vão ser atendidos pelo Senhor do Bonfim!


Recentemente a lembrancinha passou a ser produzida em algodão, que, apesar de um pouquinho mais caro, se deteriora mais rápido, o que acelera a realização dos pedidos.


Baiana de roupas brancas carrega um enorme jarro de flores enfeitado com fitinhas do Senhor do Bonfim

Apesar de essa ser uma tradição que começou na Igreja Católica, a fitinha do Bonfim também é um símbolo forte do sincretismo religioso baiano e ela é vendida em cores variadas, não para deixar os ambientes mais animados, mas porque cada uma das cor está relacionada com um orixá do Candomblé.


Assim, a fita verde está relacionada a Oxóssi, a azul claro a Iemanjá, a amarela a Oxum e a branca a Oxalá, claro!

 
 

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