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A festa da batata dos Krahô: a importância do equilíbrio das forças da natureza


A Festa da Batata é um evento importante para os Krahô: ela sinaliza a mudança da estação chuvosa, chamada de Katam'jê, para a temporada de seca, chamada de Wakme'jê. Os Krahô vivem de acordo com a filosofia da integração do homem com estas duas principais forças da natureza e a Festa da Batata é o marco desta mudança tão necessária para a manutenção do equilíbrio entre estas metades.

Criança indígena Krahô com pintura e cocar

Entre as várias atividades que têm o objetivo de manter este equilíbrio está a alternância de partido na chefia do povo:

- Durante a estação Katam'jê (que também representa o poente, a vegetação verde, os animais noturnos, o frio e o úmido), quem governa a tribo é o Wakme'jê, até a próxima Festa da Batata.

- Durante a estação Wakme'jê (que representa o verão, o nascente, a vegetação seca, os animais diurnos e o calor) quem governa o povo é o Katam'jê.

Além de marcar a troca de "partido" que governa a aldeia, a Festa da Batata também celebra a fertilidade do povo!

Mulher preparando o paparuto

Durante o período da Festa da Batata, os Krahôs fazem o Paparuto, ou KUŸR-KUPU, que é um grande bolo feito de mandioca ou milho com carne ou peixe sobre ele e assado enrolado sobre folhas de bananeiras. Mas o mais interessante sobre a produção do paparuto é o ritual, chamado de KUŸR-TI, que é uma forma fundamental para os Krahô de celebrar a vida em comunidade.

Em julho de 2016, eu estive por 2 semanas na aldeia Santa Cruz, a cerca de uma hora de distância do município de Itacajá, no interior do Estado do Tocantins, na região Norte do Brasil, aprendendo sobre a cultura dos Krahôs.

Foi uma experiência incrível!

A forma de vida de muitas comunidades indígenas brasileiras é muito diferente da nossa. Eles têm um grande respeito pelas forças da natureza e a vida em sociedade é pautada por uma integração enorme entre as pessoas.

Quadro noite na aldeia Krahô 45x30cm

Chegamos em um dia de lua nova, numa época de estiagem no Cerrado e, por ser uma comunidade muito distante de centros urbanos e quase sem acesso à energia elétrica, a aldeia à noite ficou tão escura que o céu parecia saído de um planetário!


Tive que emoldurar esta imagem!!


Esta foi a minha primeira experiência de convívio com populações indígenas,mas espero, em breve, poder repetir a experiência e conhecer outras etnias e outras festas importantes que ajudaram a formar o que conhecemos hoje como a cultura popular brasileira.

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